Foi lançado recentemente o livro EPISÓDIO HUMANO, uma coletânea de crônicas de Cecília Meireles. Pode-se até dizer que estas crônicas são quase-inéditas, uma vez que nunca foram editadas em livro algum. No entanto, foram publicadas individualmente no já extinto "O Jornal" no final da década de 20.
A própria Cecília começou a compilação, há mais de 60 anos, juntando até então 20 recortes das 31 crônicas, e chegou a redigir a apresentação. As outras 11 crônicas, que não estavam com ela, foram pesquisadas pelos editores da obra na Biblioteca Nacional. Mas por que só agora? A demora se deve ao fato de sua casa (e consequentemente sua biblioteca) no Cosme Velho ter ficado lacrada por 30 anos devido a uma conturbada disputa familiar.
A obra tem um tom melancólico, até mesmo triste, refletido numa prosa mais poética (característica essencial da autora) do que cotidiana. Os textos espelham um período doloroso da vida de Cecília (a depressão do marido), explicado com suas próprias palavras já na apresentação: “Relendo-os, verifico que ainda me comovem essas páginas. Nelas está minha vida, em toda a sua pureza, numa fase amargurada de construção. Amo essa tristeza conformada da minha disciplina. E, olhando para esse tempo de duras experiências, apenas me restaria murmurar, e a dor têm sempre caminhos mais longos! De modo que um esplendor mágico abre sobre as tragédias um relâmpago. E o coração resiste, pela força do deslumbramento. Hoje, eu apenas falaria, talvez, com menos palavras. Mas é porque, na verdade, já foi usada a minha voz."
Ô quero!
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A própria Cecília começou a compilação, há mais de 60 anos, juntando até então 20 recortes das 31 crônicas, e chegou a redigir a apresentação. As outras 11 crônicas, que não estavam com ela, foram pesquisadas pelos editores da obra na Biblioteca Nacional. Mas por que só agora? A demora se deve ao fato de sua casa (e consequentemente sua biblioteca) no Cosme Velho ter ficado lacrada por 30 anos devido a uma conturbada disputa familiar.
A obra tem um tom melancólico, até mesmo triste, refletido numa prosa mais poética (característica essencial da autora) do que cotidiana. Os textos espelham um período doloroso da vida de Cecília (a depressão do marido), explicado com suas próprias palavras já na apresentação: “Relendo-os, verifico que ainda me comovem essas páginas. Nelas está minha vida, em toda a sua pureza, numa fase amargurada de construção. Amo essa tristeza conformada da minha disciplina. E, olhando para esse tempo de duras experiências, apenas me restaria murmurar, e a dor têm sempre caminhos mais longos! De modo que um esplendor mágico abre sobre as tragédias um relâmpago. E o coração resiste, pela força do deslumbramento. Hoje, eu apenas falaria, talvez, com menos palavras. Mas é porque, na verdade, já foi usada a minha voz."
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