FILMES DA VEZ - 'AMOR À FLOR DA PELE' & '2046'

O Cinema oriental está em alta. Não só no fato de termos um tanto de filmes baseados neles (O Grito, O Chamado, Água Negra, Os Infiltrados, Dança Comigo?), como pelo fato dos originais estarem começando a dar o ar de sua graça em nossas telonas, antes mesmo de seus remakes (2046, Herói).

Neste findi assisti a dois deles. AMOR À FLOR DA PELE e 2046. Ambos sugestão (e gentileza) da mãe de Sara e Sol-lange, a querrrida Soninha.

AMOR À FLOR DA PELE é uma drama romântico-existencial que questiona as fronteiras do amor, da solidão e da lealdade (para com o outro e para consigo). O filme conta a história de Chow (Tony Leung Chiu Wai) e de Li-Zhen (Maggie Cheung) que se conhecem ao se mudarem para o mesmo prédio. Ambos são casados mas pouco vêem seus respectivos pois, o trabalho os afasta. Com isso Chow passa muito tempo com Li-Zhen. Eles se tornam amigos e, um dia, descobrem que seus respectivos parceiros estão tendo um caso. A partir daí a história se aprofunda, pois agora, algo mais, além da solidão e da amizada, os une. O amor surge como consequência natural, mas nenhum dos dois quer se igualar aos companheiros na traição. A excelente atuação de Leung e Cheung, combinada à direção de Wong Kar-Wai, a uma fotografia estonteante e a um figurino maravilhoso (cada vestido de tirar o fôlego!) colabora para a criação de uma obra profunda de clima intimista e sensual, sem que tenhamos que ver nenhuma cena explícita. Tudo lindamente sugerido.


2046 é a continuação de AMOR À FLOR DA PELE. Aqui encontramos Chow novamente, depois de abandonado por Li-Zhen. Ele agora está trabalhando em Hong Kong, tantando escrever seu romance e se recuperar do amor perdido. Mantendo a mesma fotografia, figurino e direção estonteantes, a história agora nos apresenta um personagem mudado. Chow agora não se deixa mais envolver. Leva uma vida totalmente boêmia, se relaciona com várias mulheres mas, afasta qualquer possibilidade de um envolvimento maior. Enquanto isso, escreve uma história de ficção científica chamada "2046", onde os passageiros de um trem fazem uma viagem - literalmente - interminável rumo a um destino misterioso, onde esperam reencontrar suas memórias perdidas. Uma referência explícita a seu affair com Li-Zhen, que nunca chegou a lugar algum.
Resumindo?? Dois dramas densos, sequenciais (e ao mesmo tempo distintos) e de uma beleza visual plástica. Vale a pena conferir (e re-conferir)!

.