SABEDORIA MILENAR

"A multidão é útil, beldades. Levem sempre seus passos errantes para fora de casa. O acaso desempenha seu papel em todo lugar: jogue sempre o anzol na água. Onde você menos espera pegar um peixe, haverá um."

"O vinho prepara os corações e os torna aptos aos ardores amorosos; as preocupações fogem e se afogam as múltiplas libações. Qual é a justa medida a ser conservada ao beber? Que sua inteligência e seus pés continuem exercendo os ofícios deles."

"Esconda os defeitos, e, o quanto possível, dissimule suas imperfeições físicas. Se você é pequena, sente-se; em pé, evite que a creiam sentada; e estenda sua miúda pessoa sobre o leito. Mesmo lá, deitada, para que não se possa avaliar seu tamanho, jogue sobre si uma roupa que esconda seus pés."

"Não deixe a luz penetrar por todas as janelas no quarto de dormir; muitas partes do seu corpo são favorecidas não sendo vistas à luz do dia."

"Evite reler as cartas de sua amante que você guardou; almas firmes ficam abaladas quando relêem tais cartas. Jogue tudo impiedosamente no fogo, por mais que isso lhe custe, e diga: 'Que esta seja a fogueira que amortalhará o meu amor'!"


Não, estas não são dicas de algum best-seller de auto-ajuda. Muito menos orientações de alguma revista feminina.

Por mais atual que sejam, as dicas foram dadas pelo filósofo Ovídio (43 a.c.) em seu livro "A Arte de Amar". As dicas foram endereçadas a homens e mulheres da Roma antiga - mas ainda servem como uma luva- Ô se servem! - para os dias de hoje.


Fonte:
Como namorar na Roma antiga. Superinteressante, p. 106, n. 252, maio 2008